Primeira seleção unificada realizada pela Uepa fortalece a prestação de serviços à população, com reforço de médicos treinados para o dia a dia do Sistema Único de Saúde (SUS). Universidade leva conhecimento para outros municípios e, neste mês de março, também formou novos especialistas no oeste do Estado
Em 2014, os programas de Residência Médica existentes no Estado se uniram para realizar uma única seleção, executada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa). A iniciativa inédita colocou o Estado no mesmo patamar de São Paulo e Rio de Janeiro ao ampliar o número de residentes e especializar mais médicos em diferentes áreas, para atuarem não só na capital, mas nos diversos municípios.
A seleção preencheu 143 das 145 vagas disponibilizadas aos egressos do curso de Medicina e a médicos especialistas pelas seguintes instituições: Hospital Ophir Loyola (HOL), Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) e, ainda, pela primeira vez, Hospital Santo Antonio Maria Zaccaria (HSAM), do município de Bragança.
“Primeiro, a gente consegue distribuir residentes pelo estado inteiro. Existe também uma economia para os estudantes no pagamento da taxa de inscrição e uma preocupação com o desgaste emocional deles que, muitas vezes, tinham que fazer uma prova pela manhã e outra pela tarde. Além dos hospitais se unirem e ajudarem ainda mais a formar médicos para o estado”, ressalta a professora e coordenadora da Comissão de Residência Médica (Coreme) da Uepa, Regina Carneiro.
Boas vindas -Os novos residentes foram recepcionados na última sexta-feira (14), com solenidade no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. A aula inaugural dos Programas de Residência Médica contou com palestras para apresentar o dia a dia e a importância da residência para os profissionais e para a saúde do estado, além de destacar o fato de a seleção ter sido unificada, pela primeira vez no Pará.
Paulinne Barros, formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), ganhou experiência ao trabalhar no município de Santa Luzia, ao perceber que a saúde básica do interior necessita de uma grande atenção, pois são poucos médicos. Pela primeira vez, ela participou de um processo de seleção para residência médica e, apesar de ter realizado a prova como forma de teste para conhecer como funcionam as provas, foi aprovada na especialidade de Clínica Médica, na FSCMPA. “A expectativa é muito grande, espero que os programas de residência sejam realmente muito bons, e que eu possa, além de aprender muito, sair uma profissional se não completa, muito próxima disto”, destacou a residente.
Assim como Paulinne, a ex-estudante de Medicina da Uepa, Fernanda Vilaça, foi pega de surpresa quando viu seu nome na lista dos aprovados para a especialidade de Anestesiologia do HOL. A vontade inicial era entrar para a área de Otorrinolaringologia, porém, ela passou a conhecer mais a Anestesiologia, devido ao trabalho do noivo nesta área também no HOL. “Eu acompanho um pouco da rotina dele, e vejo que é um serviço muito bem estruturado, acredito que seja o melhor serviço da área em Belém”, afirmou.
Para o secretário de Estado de Saúde Pública, Hélio Franco, o momento foi considerado histórico. “Esta é a primeira turma que surgiu da seleção unificada. Foi um trabalho muito intenso durante o ano todo para a Uepa, a Sespa, e hospitais parceiros. Todos envolvidos com a preocupação de qualificar, cada vez mais, o trabalho de residência médica”.
Residência fora da capital- Item obrigatório na bagagem de qualquer médico, a residência eleva o conhecimento visto nas salas de aula e o deixa frente a frente com a prática dos hospitais. Essa modalidade de ensino em nível de pós-graduação também é uma das principais estratégias para fixar o médico em outro município que não a capital.
Que o diga a médica Mariana Cardoso, de 28 anos. Natural de Santarém, ela concluiu a graduação em Belém, e teve a oportunidade de retornar a sua cidade para a Residência em Cirurgia Geral. Atualmente, Mariana continua especializando-se no Rio de Janeiro, onde cursa Residência em Cancerologia Cirúrgica, no Instituto do Câncer (INCA), uma das especialidades mais concorridas do país. “Tenho a mesma qualidade de ensino no Rio de Janeiro em relação à que tive na Uepa. Hoje, já estou colhendo o fruto disso. Sou da terra e quero trabalhar ao lado do professor Marcos Fortes, no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA). Ele é o único especialista nesta área que atende na região, e quero ajudá-lo”, afirma a médica.
Mariana fez parte da primeira turma de residentes formados pela Uepa fora da capital, cuja solenidade de conclusão foi realizada neste mês de março, no Campus de Santarém, oeste do Pará. A turma, que iniciou no ano de 2012, é composta ainda pelos residentes em Cirurgia Geral, César Raizer, Débora Pereira, Jéssica Toledo, e Mariana Neves, em Medicina de Família.
Texto integral de Uepa Belém
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